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9 de março de 2011

Realidade Quimérica

Clara acordou e olhou pela janela de seu apartamento, nada de sol, o céu estava branco. Foi tomar banho e depois trocou de roupa, não comeu nada e saiu caminhando como se não tivesse destino. Parou no ponto de ônibus e esperou, um senhor a cutucou, ela nem percebeu, a cutucou de novo e aí foi como se ela tivesse acabado de acordar, os pensamentos a consumiam.
- Qual é o lotação que vem? - perguntou o velhinho de cabelos e barbas de algodão.
- É a linha 113R que está a vir, senhor. - e que, a propósito, era a linha que ela deveria pegar. Quase passou desperdebido.
Entrou no ônibus e por estar no mundo da lua parou em um ponto depois do qual ela deveria descer, caminhou tres quarteirões e um pouco a mais para poder chegar a clínica onde trabalhava como secretária, sentou em sua mesa e olhou a foto no porta retrato, dois rostos felizes e sorridentes. O tempo demorou demais para passar.
Aproveitou suas duas horas de almoço, já que não sentia fome, pegou um lotação e entrou num lugar chamado "Parque da Vida", o que era bastante irônico, por ser um cemitério. Ela caminhou até uma lápide e ajoelhou sobre ela. Chorou até adormecer. Acordou assustada e ele estava ao seu lado, voltou a dormir.

Postado por Paula de Tarso. Escreve neste espaço toda Quarta-feira.

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